PF quer analisar dados de doleiro para apurar entregas de dinheiro a Renan

Polícia Federal pediu prorrogação por mais 60 dias de inquérito que mira candidato 

 a presidente do Senado para diligenciar dados do doleiro Juca Bala e das empresas 

responsáveis por transportar dinheiro da Odebrecht

Polícia Federal requereu aso ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, mais 60 dias para investigar inquérito que mira o ex-senador Romero Jucá (MDB) e o senador Renan Calheiros (MDB), candidato à presidência do Senado, por supostas propinas de R$ 5 milhões da Odebrecht em troca de intervenções dos parlamentares para a conversão em lei de medida provisória que teria garantido vantagens tributárias à empreiteira. Entre as diligências pendentes, está a análise de dados do doleiro Vinícius Claret, o Juca Bala, responsável por operar entregas de dinheiro para a construtora.
O executivo da Odebrecht Claudio Melo Filho afirmou, em delação premiada, ter se reunido em 2014, no Senado, com Jucá e Renan, oportunidade em que os parlamentares teriam pedido vantagens indevidas para o financiamento de suas campanhas eleitorais naquele mesmo ano. Nas planilhas de repasses da Odebrecht, Jucá é apelidado de ‘Caju’ e ‘Cacique’. Já Renan consta como ‘Atleta’ e ‘Justiça’.
Nos inquéritos relacionados a supostas propinas da Odebrecht, as autoridades têm ouvido doleiros responsáveis pela operacionalização dos repasses e funcionários das transportadoras contratadas para realizar as entregas. Segundo a delação da empreiteira, usualmente, eram fornecidas senhas, além de um horário e local para retirada dos valores aos beneficiários. Nesta segunda-feira, o Estado revelou que somente os valores operados pelo doleiro Álvaro José Novis apontam o caminho de R$ 120 milhões em propinas a diversos investigados.
Na investigação sobre Jucá e Renan, a Polícia Federal considera ‘indispensável análise comparativa entre as planilhas apresentada pelo doleiro e colaborador Vinícius Claret’, o Juca Bala, ‘no tocante às anotações do programa “Exportação” junto às demais fontes de informação externas ao grupo Odebrecht, oriundas das empresas Hoya Corretora de Valores e Transnacional/Transexpert, responsáveis pela efetivação das entregas de dinheiro’.
COM A PALAVRA, RENAN CALHEIROS
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa. O espaço está aberto para manifestação.

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