Algemas é pior que um transplantado morrer porque o Sérgio Cabral gastou o dinheiro dos remédios imunossupressores que garantiam a vida dos sobreviventes ao transplante?
Então leia quem tem pena das algemas no seu ex-governador assassino sem ter visto a cara das suas vítimas
Então leia quem tem pena das algemas no seu ex-governador assassino sem ter visto a cara das suas vítimas
Mãe de Sérgio Cabral: 'Meu filho não é um bandido perigoso para sair algemado nos pés e nas mãos'
POR ANCELMO GOIS20/01/2018 06:30
Desabafo de uma mãe
Da museóloga Magaly Cabral: “O desabafo é uma mãe indignada com a Justiça deste país. Meu filho não é um bandido perigoso para sair algemado nos pés e nas mãos. Não estou dizendo que não cometeu erros, mas ontem (quinta) foi um exagero. Que a Justiça vá resolver o que se passa com os bandidos que da cadeia dão ordens de matar, invadir etc”.
Resposta
texto da médica em resposta à mãe do Cabral
Dona Magaly Cabral,
também sou mãe. E nas horas vagas sou médica. Trabalho em um hospital público. De uma universidade. Estadual. No Rio de Janeiro. Como tal, assisti, impotente, a uma enxurrada de solicitações de medicações essenciais para a vida de milhares de pessoas ser negada por falta de compra. Vi, aterrorizada, centenas de leitos serem fechados no HUPE por falta de repasse de verba. E tive, desesperada, que negar admissões e internações justamente por falta de leitos.
O que durante algum tempo parecia ocorrer pela crise financeira se mostrou uma farsa.
Descobri, perplexa, que o dinheiro de merenda escolar e remédio era desviado para que o governador do Estado e sua esposa advogada esbanjassem em iate, quadros, viagens com fotos cafonas, joias e privada automatizada.
O que durante algum tempo parecia ocorrer pela crise financeira se mostrou uma farsa.
Descobri, perplexa, que o dinheiro de merenda escolar e remédio era desviado para que o governador do Estado e sua esposa advogada esbanjassem em iate, quadros, viagens com fotos cafonas, joias e privada automatizada.
Pacientes morrem em hospitais do RJ por falta de equipamentos e estrutura
No Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Zona Norte, a situação é tão grave que uma paciente morreu na fila de espera para uma tomografia.
E, não por acaso, este senhor era seu filho.
Desculpe a minha falta de empatia, mas discordo categoricamente da sua afirmação. Seu filho não “cometeu erros”. Ele fez algo mais grave. Ele cometeu crimes. C-r-i-m-e-S. No plural. É fato que ele não deu ordens de matar, a partir da cadeia. Por um motivo muito simples: ele matou muita gente com sua caneta. Que lhe foi concedida para cuidar deste estado e não para se esbaldar em Paris com guardanapos na cabeça e Loubotin nos pés.
Abre parênteses para update:
Da cadeia ele não “mandou invadir”. No entanto, os lares dos cidadãos do estado foram invadidos com as imagens das mordomias concedidas ao seu filho. Enquanto milhares de presos semianalfabetos, negros e pobres apodrecem na cadeia superlotada, onde adquirem, entre outras coisas, tuberculose e sarna. E de sua nora desfrutando do conforto do seu apartamento no Leblon, ao passo que outras milhares de mães presidiárias são afastadas dos seus filhos.
E não, não compartilho da máxima que as mães podem tudo. Caso não tenha percebido, vou lhe contar um segredo: seu filho lhe deu presentes caros nos últimos anos? Saiba que eles custaram os rins, corações e fígados de pessoas doentes.
Fecha parênteses.
Humilhação é mendigar remédios e salários que lhe são devidos por direito. É ser achincalhado publicamente pelo seu patrão, como nós médicos fomos. É assistir inúmeros pacientes morrerem por falta de antibiótico e perderem seus transplantes por falta de imunossupressores.
Dona Magaly, me desculpe se não sinto compaixão e se acho que as algemas são um castigo leve demais.
Ao contrário da senhora, que tem acesso à coluna, sou mais uma médica tentando enxugar gelo todos os dias, além de tentar reconstruir, com muito trabalho, o hospital que seu filho quebrou.
Infelizmente, o meu lamento não desfaz a desgraça das inúmeras famílias que seu filho provocou. Isso sim faz sentido, minha senhora.
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