Justiça americana investiga a Eletrobras

Denúncias do envolvimento da empresa no petrolão também motivaram investigação pela SEC, órgão federal que regulamenta o mercado de capitais nos Estados Unidos

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Edifício da Eletrobrás na avenida Presidente Vargas, centro do Rio
Edifício da Eletrobrás na avenida Presidente Vargas, centro do Rio(Reprodução/Google/VEJA)
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos está investigando a Eletrobras devido a denúncias do envolvimento da empresa no petrolão, nos moldes do que já faz com a Petrobras desde o final de 2014 e mais recentemente com construtoras envolvidas em corrupção. A Securities and Exchange Commission (SEC), órgão federal que regula o mercado de capitais americano, também investiga a companhia elétrica brasileira, que não conseguiu entregar seu balanço dentro do prazo.
As investigações do Departamento de Justiça na Eletrobras e em outras companhias brasileiras foram citadas por advogados com conhecimento do caso em um evento da Câmara de Comércio Brasil-EUA em Nova York na quarta, que reuniu especialistas em legislação sobre o combate à corrupção e lavagem de dinheiro. A companhia brasileira tem ações listadas na Bolsa de Valores de Nova York, que suspendeu a negociação dos papéis e iniciou processo de deslistagem dos American Depositary Receipts (ADRs), que são recibos de ações. A Eletrobras está recorrendo da decisão.
Andrew Haynes, advogado do escritório Norton Rose Fulbright, ressaltou em sua apresentação no evento que tanto o Departamento de Justiça quanto a SEC resolveram ampliar as investigações de corrupção de empresas brasileiras que têm negócios nos EUA, ou lançaram ações ou bônus no país, além da Petrobras.
"As investigações sobre a Petrobrás levaram outras empresas, como a Eletrobras, a serem também investigadas", disse Haynes. "Provavelmente, deve ter corrupção pior em países como Rússia, Índia e China, mas uma diferença chave (em relação ao Brasil) é que muitas das empresas desses países não costumam captar recursos em Nova York", disse.
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A Eletrobras não entregou seu balanço para a SEC dentro do prazo, que foi prorrogado várias vezes. A KPMG se recusa a assinar o informe de resultados, por conta da dificuldade de calcular prejuízos com as irregularidades. A Eletrobras contratou o escritório Hogan Lovells para fazer uma investigação interna. Procurada, a Eletrobrás afirmou não ter conhecimento das investigações.
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(Com Estadão Conteúdo)

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