12/04/2016 06h29
- Atualizado em
12/04/2016 07h57
Ação é realizada desde a manhã desta terça (12) e cumpre 21 mandados.
Operação mira o ex-senador Gim Argello e duas pessoas ligadas a ele.
Do total de ordens, duas são de prisão temporária, uma de prisão preventiva, 14 de busca e apreensão e quatro de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento.
O preso com mandado preventivo é o ex-senador Gim Argello (PTB-DF). O nome dele apareceu na delação do senador Delcídio do Amaral. Segundo Delcídio, Gim e outros parlamentares cobravam dinheiro de empreiteiros investigados na Lava Jato para que eles não fosses chamados para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
Os mandados de prisão temporária são contra pessoas ligadas a ele, segundo a PF, mas os nomes ainda não foram divulgados.
A PF também disse que há indícios concretos de que Gim, que foi integrante da CPI, instaurada no Senado Federal, e vice-presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), instaurada no Congresso Nacional, em 2014, tentou evitar a convocação de empreiteiros para prestarem depoimento, mediante a cobrança de pagamentos indevidos disfarçados de doações eleitorais oficiais em favor dos partidos de sua base de sustentação.
O ex-diretor financeiro da UTC Engenharia Walmir Pinheiro Santana, um dos delatores do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato, relatou em depoimento à Procuradoria Geral da República um suposto acordo firmado em 2014 entre o dono da empresa, Ricardo Pessoa, e o ex-senador Gim Argello.
Pelo acordo, Pessoa não seria chamado a depor na CPI mista da Petrobras, que à época tinha Argello como vice-presidente, e, em contrapartida, o empresário repassaria recursos a pessoas indicadas pelo então senador
Ainda de acordo com a delação de Walmir Pinheiro, a UTC repassou R$ 5 milhões a quatro partidos a pedido de Argello. O acordo, segundo o delator, seria "um tipo de blindagem" a Ricardo Pessoa.
Os crimes investigados nesta etapa são concussão, corrupção ativa, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
A prisão temporária tem prazo de cinco dias e pode ser prorrogada pelo mesmo período ou convertida em preventiva, que é quando o investigado fica preso à disposição da Justiça sem prazo pré-determinado.
Sobre o nome da operação, a PF disse que "remete a expressão histórica que representa uma vitória obtida mediante alto custo, popularmente adotada para vitórias consideradas inúteis. Em que pese a atuação criminosa dos investigados no sentido de impedir o sucesso da apuração dos fatos na CPI/Senado e CPMI/Congresso Nacional, tal fato se mostrou inútil frente aos resultados das investigações realizadas no âmbito da denominada Operação Lava Jato".
27ª fase
A 27ª fase da operação foi batizada de Carbono 14 e deflagrada na sexta-feira (1º). A ação cumpriu 12 mandados judiciais na Grande São Paulo.
Essa fase investiga se dinheiro desviado da Petrobras teria sido usado para comprar o silêncio do dono do jornal "Diário do Grande ABC", Ronan Maria Pinto, e do ex-secretário do PT Silvio Pereira sobre a morte do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel, morto em 2002.
No dia 5 de abril, o juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, decidiu converter a prisão temporária do empresário Ronan Maria Pinto em preventiva - ou seja, por tempo indeterminado.Já Sílvio Pereira, Moro determinou a soltura.
Comentários
Postar um comentário