A
soberba, a arrogância, a certeza de que nada poderia dar errado fizeram
com que Lula colocasse no poder Dilma Rousseff, a mais incapacitada
presidente da história
01/04/2016 20:00
Poucos
personagens da história política brasileira tiveram tanta capacidade de
convencer e emocionar multidões quanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva. Sua imagem era o reflexo do povo. Origem pobre, sobrenome
Silva, imigrante nordestino que deixou o sertão para vencer a miséria e
encontrar um lugar ao sol na cidade grande. Com um microfone na mão,
seus discursos inflamados eram de arrepiar, apesar da crônica
dificuldade em acertar a concordância do verbo e o plural – algo que,
provavelmente, o aproximava ainda mais de seus seguidores.
Ascendeu ao poder e liderou uma transformação social. Uma biografia que impressiona, digna de enredo de filmes e de livros. O mito Lula parecia indestrutível. Ele mesmo estava convencido disso. O último capítulo de sua história política, no entanto, está sendo escrito como um fim humilhante e melancólico. A soberba, a arrogância, a certeza de que nada poderia dar errado fizeram com que Lula colocasse no poder Dilma Rousseff – a mais incapacitada, tecnicamente falando, presidente da história da República.
A falta de concordância verbal foi substituída pela falta de sentido. Deu no que deu. Além disso, certo da impunidade, a turma governista, sob o guarda-chuva de Dilma e Lula, se curvou à tentação do crime, institucionalizou o maior e mais complexo sistema de corrupção que se tem notícia no País e empurrou a economia para uma aguda crise – que, se durar uma década, será pouco. Sob a ótica política, o pior está por vir. O iminente impeachment de Dilma, que insiste na estúpida e vergonhosa tese de golpe, não é nada perto do estrago que será causado em definitivo ao futuro político de toda a companheirada petista.
Os militantes que preservaram a capacidade de raciocinar já deixaram o partido. Sentem vergonha do chiqueiro que o Brasil se transformou. Muitos daqueles que ainda mantêm a estrela vermelha no peito, como o prefeito paulistano Fernando Haddad, ensaiam pular do barco furado, mas temem melar ainda mais a situação ao serem rotulados de vira-casaca. E, quanto mais tentam evitar o inevitável, Lula e o PT mais se afundam.
Nos bastidores, em Brasília, Lula faz promessas, oferece nomeações e negocia verbas com os parlamentares que ajudarem a derrubar o impeachment, prática semelhante ao praticado em outros episódios recentes, como o mensalão e a troca de contratos públicos por empréstimos de sítios, de tríplex na praia, por antena de celular no meio do nada e outros mimos. A velha prática “eu te ajudo, você me ajuda” – o fisiologismo que o PT tanto condenou na oposição – é a única forma que o partido de Lula conhece de fazer política e gestão da coisa pública.
O esculhambo com a democracia, a mesma que tem sido evocada de minuto em minuto pelos defensores de Dilma, se estende a todas as repartições petistas. A CUT, uma sucursal mal-intencionada do PT, disse que não reconhecerá um eventual governo Temer, ao mesmo tempo em que paga R$ 300 para cada participante que for a Brasília protestar contra o “golpe”. Não adianta espernear. Dilma, Lula e o PT fracassaram. Não apenas entre os 69% da população que considera o governo atual como ruim ou péssimo, mas também politicamente, juridicamente, moralmente, criminalmente. A era Lula, de forma humilhante, está perto do fim.
Ascendeu ao poder e liderou uma transformação social. Uma biografia que impressiona, digna de enredo de filmes e de livros. O mito Lula parecia indestrutível. Ele mesmo estava convencido disso. O último capítulo de sua história política, no entanto, está sendo escrito como um fim humilhante e melancólico. A soberba, a arrogância, a certeza de que nada poderia dar errado fizeram com que Lula colocasse no poder Dilma Rousseff – a mais incapacitada, tecnicamente falando, presidente da história da República.
A falta de concordância verbal foi substituída pela falta de sentido. Deu no que deu. Além disso, certo da impunidade, a turma governista, sob o guarda-chuva de Dilma e Lula, se curvou à tentação do crime, institucionalizou o maior e mais complexo sistema de corrupção que se tem notícia no País e empurrou a economia para uma aguda crise – que, se durar uma década, será pouco. Sob a ótica política, o pior está por vir. O iminente impeachment de Dilma, que insiste na estúpida e vergonhosa tese de golpe, não é nada perto do estrago que será causado em definitivo ao futuro político de toda a companheirada petista.
Os militantes que preservaram a capacidade de raciocinar já deixaram o partido. Sentem vergonha do chiqueiro que o Brasil se transformou. Muitos daqueles que ainda mantêm a estrela vermelha no peito, como o prefeito paulistano Fernando Haddad, ensaiam pular do barco furado, mas temem melar ainda mais a situação ao serem rotulados de vira-casaca. E, quanto mais tentam evitar o inevitável, Lula e o PT mais se afundam.
Nos bastidores, em Brasília, Lula faz promessas, oferece nomeações e negocia verbas com os parlamentares que ajudarem a derrubar o impeachment, prática semelhante ao praticado em outros episódios recentes, como o mensalão e a troca de contratos públicos por empréstimos de sítios, de tríplex na praia, por antena de celular no meio do nada e outros mimos. A velha prática “eu te ajudo, você me ajuda” – o fisiologismo que o PT tanto condenou na oposição – é a única forma que o partido de Lula conhece de fazer política e gestão da coisa pública.
O esculhambo com a democracia, a mesma que tem sido evocada de minuto em minuto pelos defensores de Dilma, se estende a todas as repartições petistas. A CUT, uma sucursal mal-intencionada do PT, disse que não reconhecerá um eventual governo Temer, ao mesmo tempo em que paga R$ 300 para cada participante que for a Brasília protestar contra o “golpe”. Não adianta espernear. Dilma, Lula e o PT fracassaram. Não apenas entre os 69% da população que considera o governo atual como ruim ou péssimo, mas também politicamente, juridicamente, moralmente, criminalmente. A era Lula, de forma humilhante, está perto do fim.
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