Medidas provisórias: Se há quem compra, há quem vende


Blog Reinaldo Azevedo

Reinaldo Azevedo

Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura

sobre

Reinaldo Azevedo, jornalista, escreve este blog desde 2006. É autor dos livros “Contra o Consenso” (Barracuda), “O País dos Petralhas I e II”, “Máximas de Um País Mínimo — os três pela Editora Record — e “Objeções de um Rottweiler Amoroso” (Três Estrelas).

Juiz define prazo para Dilma se manifestar como testemunha na Zelotes. Ou: Se há quem compra, há quem vende

Os empresários que arrolam autoridades do governo como testemunhas estão em busca do óbvio: que atestem a sua inocência. Até porque há algo obviamente de estranho em tudo isso, não? Se alguém comprou medida provisória, alguém vendeu. É estranho que supostos compradores estejam na cadeia, em prisão preventiva, mas os que seriam, então, os vendedores não sejam sequer investigados em inquérito

Por: Reinaldo Azevedo
O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal em Brasília, determinou que a presidente Dilma Rousseff se manifeste até o dia 5 de fevereiro em ação penal referente à Operação Zelotes. Dilma foi arrolada como testemunha de defesa pelo empresário Eduardo Valadão, preso desde outubro do ano passado.
Ela prestará depoimento em processo que apura a suposta compra de medidas provisórias que teriam beneficiado o setor automotivo. A data estabelecida pelo magistrado vale também para outras testemunhas detentoras de foro privilegiado, como o ministro Aloizio Mercadante (Educação) e o deputado José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara. Apenas Dilma, no entanto, poderá se manifestar por escrito, prerrogativa do presidente da República.
Os empresários que arrolam autoridades do governo como testemunhas estão em busca do óbvio: que atestem a sua inocência. Até porque há algo obviamente de estranho em tudo isso, não? Se alguém comprou medida provisória, alguém vendeu. É estranho que supostos compradores estejam na cadeia, em prisão preventiva, mas os que seriam, então, os vendedores não sejam sequer investigados em inquérito.

Comentários