Juiz define prazo para Dilma se manifestar como testemunha na Zelotes. Ou: Se há quem compra, há quem vende
Os empresários que arrolam autoridades do governo como testemunhas estão em busca do óbvio: que atestem a sua inocência. Até porque há algo obviamente de estranho em tudo isso, não? Se alguém comprou medida provisória, alguém vendeu. É estranho que supostos compradores estejam na cadeia, em prisão preventiva, mas os que seriam, então, os vendedores não sejam sequer investigados em inquérito
O juiz
Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal em Brasília,
determinou que a presidente Dilma Rousseff se manifeste até o dia 5 de
fevereiro em ação penal referente à Operação Zelotes. Dilma foi arrolada
como testemunha de defesa pelo empresário Eduardo Valadão, preso desde
outubro do ano passado.
Ela prestará
depoimento em processo que apura a suposta compra de medidas
provisórias que teriam beneficiado o setor automotivo. A data
estabelecida pelo magistrado vale também para outras testemunhas
detentoras de foro privilegiado, como o ministro Aloizio Mercadante
(Educação) e o deputado José Guimarães (PT-CE), líder do governo na
Câmara. Apenas Dilma, no entanto, poderá se manifestar por escrito,
prerrogativa do presidente da República.
Os
empresários que arrolam autoridades do governo como testemunhas estão em
busca do óbvio: que atestem a sua inocência. Até porque há algo
obviamente de estranho em tudo isso, não? Se alguém comprou medida
provisória, alguém vendeu. É estranho que supostos compradores estejam
na cadeia, em prisão preventiva, mas os que seriam, então, os vendedores
não sejam sequer investigados em inquérito.
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