Ex-mulher de Jaime Gold: “Ninguém dos ‘direitos humanos’ ligou para saber se a faculdade (dos filhos) estava paga”

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30/06/2015
 às 3:23 \ BrasilCultura
O autor das facadas e Jaime Gold: "direito dos manos" em primeiro lugar
O autor das facadas e Jaime Gold: “direito dos manos” em primeiro lugar
A Justiça condenou por crime análogo ao latrocínio (roubo com morte) o primeiro e o terceiro bandidos menores de idade apreendidos por participação no assassinato do médico Jaime Gold, esfaqueado enquanto andava de bicicleta na Lagoa, em maio, em noite sem policiamento.
Cada um vai pegar no máximo três anos de internação, graças ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), mas deverá sair ainda antes, livre para roubar e matar de novo, graças à reavaliação feita de seis em seis meses.
A designer de interiores Márcia Amil, ex-mulher e mãe dos dois filhos de Jaime Gold, não liga muito para esses desdobramentos e já até se disse contra a redução da maioridade penal, o que é só uma (lamentável) tomada de posição. Mas o relato que ela faz agora ao Globo traz uma informação fundamental, condizente ao que venho denunciando neste blog:
“Não sei dizer se foram dois, três ou quatro, porque não estou acompanhando nada. Só sei que a bicicleta não apareceu. A morte virou nossas vidas completamente de cabeça para baixo. Neste momento, se foi maior, menor, rico, pobre, não faz a menor diferença. Não vai trazê-lo de volta. O fato é que estamos revirando nossa vida e ninguém nos procurou. A (presidente) Dilma (Rousseff) não ligou para nossa casa. Ninguém dos direitos humanos ligou para nossa casa para saber se a faculdade (dos filhos) estava paga.
Os deputados estaduais do Rio de Janeiro, na verdade, estavam muito ocupados aprovando o vale-transporte para visitantes de presos, porque, de acordo com o voto de Marcelo Freixo, do PSOL, “a pena, evidentemente, não pode ser estendida à família” (dos bandidos).
Ela só pode ser estendida, claro, à família das vítimas, cujos membros terão de trabalhar em dobro para suprir suas ausências e ainda conseguir pagar, por meio dos impostos, as regalias dos bandidos protegidos pelo Estado.
Os filhos de Jaime Gold não ganharam vale-transporte para ir à faculdade ou ao cemitério.
Ganharam apenas a proibição de sair às ruas com uma faca para se defenderem de bandidos como os que mataram seu pai.

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