Professores são cercados pela PM em protesto na Câmara de Vereadores
Policiais militares fazem um cerco, nesta segunda-feira (30), nas imediações da Câmara de Vereadores, no Centro do Rio, isolando cerca de 20 professores que estão acampados no local. O representante da Câmara, vereador Luis Antônio Guaraná, recebeu muitas vaias quando chegou ao local e só conseguiu entrar no prédio com a ajuda da PM, cercado por um cordão de isolamento. Os professores estão do lado de fora aguardando o vereador para a assembleia que vai discutir mudanças no plano de cargos e salários que foi colocado em votação.
Manifestantes se revezam com as faixas dentro do círculo feito pelos PMs. "Os nossos colegas estão sitiados pela polícia, pelo amor de Deus", gritam manifestantes. O clima é de tensão no local.
A coordenadora do Sindicato dos Profissionais de Ensino do Rio (Sepe), Marta Moraes, afirmou que os professores não vão se retirar da frente da Câmara. Eles estão aguardando a assembleia marcada com o vereador Luiz Antonio Guarana (PMDB), representante da Câmara.
A categoria quer negociar mudanças no plano de cargos e salários, que não atende à categoria. "A nossa greve unificou todos os funcionários", gritam no ato. "Chama o Guaraná e diz pro Dudu tirar esse plano de carreira", também cantam os professores.
De acordo com o comandante do policiamento, major Pinto, a rua foi fechada para garantir a segurança do perímetro e a integridade física dos manifestantes. O major disse ainda que não há ordem para a retirada do acampamento.
O prefeito Eduardo Paes descartou, na manhã desta segunda-feira (30), que o plano de cargos e salários dos professores, elaborado pelo município, seja retirado de votação na Câmara Municipal. O projeto foi encaminhado pelo Poder Executivo municipal ao legislativo na quinta-feira (26), mas a votação foi suspensa depois que professores invadiram o plenário da Casa. A previsão é de que o plano entre na pauta de votação na terça-feira (1º).
"Os professores exigiram que eu enviasse o plano em 30 dias e exigiram que eu mandasse em regime de urgência. Cumpri exatamente o que eles exigiram. Agora, compete à Câmara. A gente tem que entender que as propostas tem que ser racionais. Não adianta acertar um salário que a prefeitura não poderá pagar", disse o prefeito.
Paes também comentou a desocupação da Câmara Municipal na noite de sábado, quando a polícia militar foi acusada de agir com truculência.
"É muito triste você ver professores invadindo o plenário do parlamento e as pessoas ocuparem o parlamento num estado democrático. Tem certas premissas da democracia que não podem ser feridas. E isso gera como consequência a desocupação do plenário. O bom é quando a gente senta e negocia", disse Eduardo Paes em entrevista à Rádio CBN nesta segunda-feira.
Os professores estão acampados em dez barracas na lateral do Palácio Pedro Ernesto, sede do Legislativo do Rio, após ação da Polícia Militar para a desocupação do plenário da Casa, na noite de sábado (28). Houve confronto e, segundo o sindicato, dois professores foram autuados e levados para a 5ª Delegacia de Polícia e quatro ficaram feridos.
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