Livro contra FHC revela fonte que provou compra de votos pela emenda da reeleição
Posted: 31 Aug 2013 02:20 PM PDT
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FHC comemora aprovação da emenda da reeleição. Imagem: Sergio Lima/Folhapress |
O
livro "O Príncipe da Privataria", um libelo contra o ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso que está sendo lançado pelo jornalista
Palmério Dória, traz uma revelação histórica sobre a compra de votos no
Congresso a favor da emenda constitucional da reeleição, esquema
revelado pela Folha em 1997.
Tratado
pelo jornal como "Senhor X" em diversas reportagens, o homem que
naquele ano gravou deputados admitindo a venda de votos assumiu sua real
identidade.
Trata-se
do empresário e ex-deputado Narciso Mendes, 67 anos, dono de um jornal e
de uma retransmissora do SBT em Rio Branco (AC). Em 16 anos, ele nunca
havia falado publicamente sobre o assunto. A seu pedido, seu nome era
preservado pelo jornal.
O
depoimento de Mendes admitindo ter colhido as provas da compra de votos
é tema dos capítulos 11 e 12 de "O príncipe da privataria" (399
páginas, Geração Editorial).
Na
época, Mendes já era ex-deputado. Com bom trânsito na bancada do Acre,
ele afirma que aceitou gravar os colegas e entregar o material ao
repórter Fernando Rodrigues, autor da série de reportagens
da Folha sobre a compra de votos, porque era "intransigentemente contra"
a emenda que viria a favorecer FHC.
Seu
único pedido era a manutenção do anonimato, condição que o jornal
aceitou por entender que o interesse jornalístico se sobrepunha à
necessidade de revelação de seu nome. Com a iniciativa do próprio em
revelar sua identidade, a Folha entende que o acordo está encerrado.
Nas
gravações do "Senhor X" em 1997, dois deputados do Acre, Ronivon
Santiago e João Maia (ambos do PFL, hoje DEM) diziam ter votado a favor
da emenda da reeleição em troca de R$ 200 mil, o equivalente a R$ 530
mil hoje.
Outros
três deputados eram citados de forma explícita nas gravações. As
conversas sugeriam que dezenas teriam participado do esquema.
A
denúncia causou abalo no governo, mas o assunto nunca foi investigado. A
tentativa de criação de uma CPI foi abafada. O então procurador-geral
da República, Geraldo Brindeiro, não pediu a abertura de inquérito.
Em
21 de maio de 1997, oito dias após o caso ter sido publicado, Santiago e
Maia renunciaram. Os ofícios enviados ao presidente da Câmara, Michel
Temer (PMDB-SP), eram idênticos. Ambos alegaram "motivos de foro
íntimo".
Dez
anos depois, em sabatina na Folha, FHC não negou que tenha ocorrido
compra de votos, mas disse que a operação não foi comandada pelo
governo. "O Senado votou [a reeleição] em junho [de 1997] e 80% aprovou.
Que compra de voto? (...) Houve compra de votos? Provavelmente. Foi
feita pelo governo federal? Não foi. Pelo PSDB: não foi. Por mim, muito
menos."
APANHADO
Apesar
do tom escandaloso do subtítulo, "A história secreta de como o Brasil
perdeu seu patrimônio e FHC ganhou sua reeleição", o livro não traz
material exclusivo sobre a venda de estatais durante o governo tucano
(1995-2002).
As
várias denúncias citadas, muitas vezes apresentadas de forma confusa e
imprecisa, são reproduções de notícias publicadas em jornais e revistas
da época. Já os argumentos econômicos são colagens de artigos publicados
nos anos 90 pelo jornalista Aloysio Biondi (1936-2000), ex-colunista
da Folha.
A
informação mais polêmica do livro não está no material de Dória, mas na
"Carta do Editor", assinada na introdução por Luiz Fernando Emediato,
dono da Geração.
Emediato
diz que em 1991, quando denúncias contra o então presidente Fernando
Collor começaram a surgir, ouviu uma confissão de uso de caixa dois da
boca do próprio FHC numa viagem aos EUA.
Ele
diz ter ouvido de FHC o seguinte: "A diferença entre nós e eles [a
turma de Collor] é que nós gastamos o dinheiro em campanhas, enquanto
eles enfiam uma boa parte em seus próprios bolsos".
Por
escrito, o assessor do Instituto FHC Xico Graziano afirmou que o
ex-presidente não se lembra de ter estado com Emediato nos EUA. Graziano
classificou a frase atribuída a ele como "absurda" e disse que ela
"jamais teria sido por ele pronunciada".
Ricardo Mendonça
Folha de S. Paulo
Isto nem precisa investigar. É XILINDRÓ para FHC, Serra, Aécio, Alkimin, Agripino Maia, Borhaussen, Arthur Virgílio, Tasso Jereissati, Aloisio Nunes, queimar o bico e cortar as asas dos tucanos.
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