29/09/2013 - 17h57
Xeque saudita
Um xeque da Arábia Saudita afirmou, em entrevista publicada na sexta-feira (27) no site sabq.org, que mulheres que dirigem correm o risco de danificar seus ovários.
"Se uma mulher dirige um carro sem que seja por pura necessidade, ela poderá ser afetada fisiologicamente. Estudos médicos demonstram que dirigir afeta automaticamente os ovários e empurra a pélvis pra cima", disse o xeque Saleh al-Lohaidan.
"É por isso que as mulheres que dirigem com frequência têm filhos com problemas clínicos de graus variados."
Não há leis no país que impedem as mulheres de dirigir, mas, na prática, elas não podem conduzir carros. Apenas homens podem tirar carteira de habilitação.
Apesar de não haver normas específicas em relação à proibição, mulheres podem receber multas por dirigir sem licença. No passado, já foram detidas e julgadas sob acusação de estarem fazendo protestos políticos.
A declaração de al-Lohaidan vai na contramão de uma campanha feita por ativistas, convocando mulheres a desafiarem a proibição. O protesto se espalhou rapidamente na internet durante a última semana e obteve apoio de ativistas do sexo feminino. A manifestação pedia que as mulheres sauditas dirigissem nas ruas durante o dia 26 de outubro.
No domingo passado, o site da campanha foi bloqueado dentro do país.
Na entrevista, o xeque disse ainda que as mulheres que querem derrubar a proibição devem "colocar a razão à frente do coração e das emoções e paixões".
Ele é um dos 21 membros do conselho clerical da Arábia Saudita. Os representantes são indicados pelo rei Abdullah.
Por causa de seu cargo no governo, o xeque al-Lohaidan pode redigir fatwas (éditos religiosos) e aconselhar o governo.
Apesar de não estabelecer normas no país, o conselho pode retardar ações governamentais.
Não está claro se o apoio do xeque à proibição é comum a outros membros do conselho. O rei Abdullah nunca se pronunciou a respeito dessa questão.
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