Ação na Síria diverge Estados Unidos


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Atualizado em sexta-feira, 30 de agosto de 2013 - 12h19

Ação na Síria diverge Estados Unidos

Pesquisa mostra que 50% se opõem à medida e 42% a apoiam
Crianças foram vítimas do ataque que chamou a atenção do mundo / Ammar al-Arbini/AFP Crianças foram vítimas do ataque que chamou a atenção do mundo Ammar al-Arbini/AFP
Entre a população dos Estados Unidos, o apoio a uma ofensiva militar na Síria aumentou um pouco nos últimos dias, atesta o colunista da BandNews FM Luiz Megale. “A rede americana NBC divulgou uma nova consulta que mostra que 50% se opõem à medida e 42% a apoiam. Essa diferença já foi bem maior, chegou a ser de 60% contra 10%. E agora é quase um empate técnico”, analisa Megale.

Ontem, a revista “The Economist” deu o apoio mais incisivo dentro da imprensa americana que o governo recebeu até agora para levar a cabo a intervenção militar. “‘Hit him hard’ [Atinjam-no com força, na tradução para português] foi a manchete de capa. A publicação trazia as palavras sobre uma fotografia de Bashar al-Assad, o ditador sírio, e imagens de cadáveres cobertos com lenços, que representam os cerca de 100 mil mortos nos últimos dois anos em consequência da guerra civil local”, observa o colunista.

A revista diz que os EUA têm, em mãos, três alternativas caso seja confirmado o uso de armas químicas contra a oposição: não fazer nada; realizar um ataque com claro objetivo de remover Assad do poder; e remover os alvos militares do ditador sírio como punição pelo uso de armas de destruição em massa. “Diz a ‘The Economist’ que, embora as três alternativas tenham o risco de piorar as coisas, a terceira parece a melhor opção ou a menos ruim, e é a mais provável também”, relata Megale.

O ataque, porém, é questionado por outros órgãos de imprensa. O site da Bloomberg lembra que Obama estaria violando regras internacionais e também locais ao ordenar a ofensiva. “Internacionais porque existe um chamado ‘consenso humanitário’ de que o mundo tem que intervir em casa de genocídio ou massacre. Não existe, ainda, evidência de que Assad tenha cometido um ataque com armas químicas. E locais porque o presidente dos EUA, embora possa ordenar movimentações militares, bombardeios contra nações inimigas, geralmente, são precedidas por autorização”, aponta o colunista.

Segundo a Constituição americana, o presidente só tem o direito de ignorar um ataque a uma nação hostil em casa de perigo iminente. “O que, claro, é um conceito interpretativo”, diz Megale.

A imprensa cobra o vice-presidente Joe Biden, que, em 2003, quando era senador, disse que se o ex-presidente George W. Bush atacasse o Iraque sem a aprovação do Congresso, essa seria uma ação que poderia, em tese, até levá-lo ao impeachment. “Os veículos de comunicação se perguntam se a situação não é parecida”, conta o colunista.

Uma pesquisa mostra que 80% dos americanos afirmam que, antes de atacar, Obama deve, sim, buscar a aprovação dos congressistas. O presidente ainda não deu sinal de que pretenda levar o assunto à votação.

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