QUARTA-FEIRA, 27 DE MARÇO DE 2013
Lula dá entrevista amestrada ao Valor Econômico, mas não fala de Mensalão e muito menos do caso Rose
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Luiz Inácio Lula da Silva tem três objetivos bem definidos no curto prazo. O primeiro, prioritário, é fechar grandes negócios, aqui e lá fora, para conseguir uma montanha de dinheiro para investir na campanha à reeleição de Dilma Rousseff. O segundo, também urgente, é criar um isolamento político do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, forçando-o a desistir da disputa pelo Palácio do Planalto em 2014. O terceiro é fingir que tudo vai no melhor dos mundos com sua saúde – numa tentativa de enganar a si mesmo.
A máquina de propaganda lulista já opera a bilhão por hora. Hoje, Lula ganha uma generosa primeira página do Valor Econômico, focado nas classes A-B, dando sua primeira entrevista exclusiva a um jornal brasileiro desde que deixou a Presidência da República. Na matéria amestrada, no jornal que é uma sociedade entre as Organizações Globo e o Grupo Folha, Lula manda o recado de que a prioridade em todos os estados é reeleger Dilma Rousseff.
Lula até ensaia o discurso mentiroso de que, por ser amigo de Eduardo Campos (hoje o concorrente mais perigoso de Dilma), não pretende abalar a relação entre ambos, pedindo para o neto de Miguel Arraes desistir de entrar na disputa presidencial:
“Minha relação de amizade com Eduardo Campos e com a família dele, que passa pela mãe, pelo avô e pelos filhos, é inabalável, independentemente de qualquer problema eleitoral. Eu não misturo minha relação de amizade com as divergências políticas. Segundo, acho muito cedo pra falar da candidatura Eduardo. Ele é um jovem de 40 e poucos anos. Termina seu mandato no governo de Pernambuco muito bem avaliado. Me parece que não tem vontade de ser senador da República nem deputado. O que é que ele vai ser? Possivelmente esteja pensando em ser candidato para ocupar espaço na política brasileira, tão necessitada de novas lideranças. Se tirar o Eduardo, tem a Marina que não tem nem partido político, tem o Aécio que me parece com mais dificuldades de decolar. Então é normal que ele se apresente e viaje pelo Brasil e debata. Ainda pretendo conversar com ele. A Dilma já conversou e mantém uma boa relação com ele”.
Lula também aproveita a entrevista estrategicamente cavada para se antecipar a críticas sobre suas viagens internacionais de negócios junto com empresários ou bancadas por grandes empreiteiras: “Se alguém tiver um produto brasileiro e tiver vergonha de vender, me dê que eu vendo. Não tenho vergonha de continuar fazendo isso”. Lula também se vangloriou da atividade de palestrante, que lhe rende muito dinheiro: “Há pouca gente com autoridade de ganhar dinheiro como eu”. O inconsciente dele parece sincero em tal declaração...
Lula também aproveita a entrevista estrategicamente cavada para se antecipar a críticas sobre suas viagens internacionais de negócios junto com empresários ou bancadas por grandes empreiteiras: “Se alguém tiver um produto brasileiro e tiver vergonha de vender, me dê que eu vendo. Não tenho vergonha de continuar fazendo isso”. Lula também se vangloriou da atividade de palestrante, que lhe rende muito dinheiro: “Há pouca gente com autoridade de ganhar dinheiro como eu”. O inconsciente dele parece sincero em tal declaração...
Ouro grande drible que Lula deu nos repórteres que o entrevistaram. Embora indagado com jeitinho, Lula não falou no caso Rosemary Nóvoa Noronha, sua melhor amiga e afilhada política, que foi afastada da chefia do Gabinete da Presidência da República em São Paulo, e sob investigação na Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, por crimes de corrupção passiva, falsidade ideológica, tráfico de influência e formação de quadrilha.
O Rosegate é estrategicamente abafado – da mesma forma como ocorreu com o hediondo crime de tortura, sevícia e assassinato de Celso Daniel. Rose planeja até ser candidata a deputada federal, com o apoio de Lula – que vai aparecer como candidato ao senado por São Paulo em 2014, se a saúde permitir. Da mesma forma que o caso Rose, Lula não falou do Mensalão, elegando que só dará sua opinião como cidadão quando o processo chegar totalmente ao fim.
Mais uma vez, como de costume, Lula dá uma entrevista exclusiva e só fala o que lhe interessa.
Se tiver estômago, veja a matéria completa de Lula no jornal Valor Econômico:
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